Turquia - 9° dia - Excursão pelo Bósforo


Depois de passar alguns dias acordando inumanamente cedo e tendo que fazer as malas todo dia de manhã, finalmente acordamos num horário razoável, programados para sair às 8h da manhã numa excursão de um dia pelo Bósforo.

Como em todas as excursões, primeiro o guia faz diversas paradas em diversos hotéis para pegar todos os turistas participantes, e enquanto fazia isso ele aproveitou para falar sobre a vida dos sultões na época do Império Otomano.

A nossa primeira parada seria, na verdade, o Bazar das Especiarias, conhecido também como Bazar Egípcio, que é menor do que o Grande Bazar, e, adivinha, é especializado em especiarias e artigos relacionados (perfumes, essências, temperos, comidas em geral e, claro, quinquilharias). O Bazar foi construído do lado da Mesquita Nova, e data do século XVII, e ganhou o nome Egípcio porque foi construído com receitas vindas do Egito. Ali vale à pena visitar a parte de dentro do Bazar, que é linda, extremamente colorida e com um cheiro estonteante (de bom!!!), porém, se a sua idéia é fazer compras por um bom preço, faça-as do lado de fora, onde tudo é mais barato, e mais confuso também, com alguma probabilidade dos vendedores só falarem turco.

bancada "básica" de chás
As lojas são dividas meio que por temas, tem lojas só de doces, outras só de ervas e chás, outras só de temperos. Acabamos por visitar algumas, comprando uma quantidade absurda de chá (tenho chá para alguns anos em casa agora), algumas castanhas, doces e essências (adoro um cheirinho). A loja de essências que visitamos também vendia chás, o que facilitou muito o regateio final com o vendedor. Aliás, aquela loja foi uma visita à parte, pois ficamos muito tempo batendo papo com o vendedor, que era muito simpático, e dava para ver como ele suava frio quando percebeu que eu é que estava negociando. Ah, sim, na Turquia na maioria das vezes a mulher escolhe o que ela quer levar e depois o marido se encarrega de negociar o preço (isso acontece tanto com os turcos quanto com os estrangeiros), mas nesse caso o vendedor já conta com a venda, pois a mulher já decidiu o que ela quer. Só que não era esse o caso, e o vendedor ficou para morrer, e passou toda a negociação dizendo para o meu marido que ele tinha muita sorte comigo. Fica a dica, mulheres, negociem vocês mesmas! Só não se esqueçam de duas regras: se você aceitar levar alguma coisa, depois não pode desistir, eles ficam extremamente ofendidos. Se você disser que não quer levar, também é complicado mudar de idéia, eles não abaixam o preço se perceberem que você está só fazendo charme. O lance é manter o “poker face”.

prateleira de essências da tal loja onde ficamos muito tempo batendo papo
Depois de passar uma hora e meia nesse império dos sentidos, pegamos novamente o ônibus para atravessar a rua. É sério. Aparentemente o guia não podia atravessar a rua com o grupo inteiro. Do outro lado da rua ficava a marina, onde pegamos um barco para passear pelo Bósforo, uma excursão de mais uma hora e meia fazendo um ziguezague e vendo todos os pontos importantes desde o Chifre de Ouro. Acho que nesse ponto demos um certo azar com o nosso guia, que apesar de conhecer bem todos os pontos que chamavam atenção nas margens do Bósforo, às vezes mais parecia um corretor de imóveis. Era “casa de 1,5 milhão” pra cá, “casa de 3 milhões” pra lá... entremeadas de informações realmente interessantes, como a escola onde estudou o Ataturk, ruínas de uma fortaleza, casa onde atualmente fica a boate mais badalada da cidade e palácios importantes do governo e do Império Otomano. A mini-viagem em si é muito linda, as casas e a vista são desbundantes e valem muito a pena o passeio. Além de ser muito agradável, naquele calor forte de verão, um belo passeio de barco, com um bom vento refrescante. Falando em refrescante, outro ponto negativo é que no barco são oferecidas diversas bebidas, mas esquecem de te avisar que elas não são de graça.

A vista do passeio é deslembrante!
Depois do passeio, saltamos do lado europeu da cidade para almoçar num restaurante especializado em peixes, e peixes tivemos no almoço! Primeiro serviram diversas entradas: uma espécie de sardinha servida em forma de filés, arroz com mexilhão servido em conchas (como a nossa casquinha de siri), uma salada de frutos de mar, outra salada (essa mais “normal”, de pepino e tomate), mais uma salada de batatas com iogurte e especiarias e pão. Depois vieram outros tipos de comida quente, especialmente frituras: um tipo de pastel, uma coisa esquisita feita de batata, abobrinha frita e um feixe que parecia dourado, servido inteiro e grelhado. De sobremesa foi servido melancia. Claro que aproveitei para beber mais ayran, a bebida nacional turca, feita de iogurte salgado.

Depois do almoço, voltamos a pegar o ônibus e atravessamos para a parte asiática da cidade, para visitarmos o palácio de veraneio do sultão, chamado de Palácio Beylerbeyi. Claro que esse palácio é considerado pequeno, afinal ele é de veraneio, mas ainda é um palácio do sultão, e, portanto, ele tem “apenas” 24 quartos e salões, e apenas 6 banheiros, o que é uma grande vantagem com relação a qualquer palácio europeu, que nem banheiro tem, né? Os orientais sempre foram mais preocupados com a higiene. Um detalhe interessante sobre esse palácio é que ele não possui cozinha, porque o palácio original pegou fogo justamente na cozinha, e a sultana decidiu que não queria mais correr o risco.

única foto que consegui tirar dentro do palácio antes de ser repreendida
Infelizmente não é permitido tirar fotos dentro do palácio, mas ele segue um estilo bem mais moderno do que o Topkapi, com muito ouro, muitos detalhes e pinturas em estilo ocidental nas paredes. De uma forma geral, esse palácio é bem modernoso e ocidentalizado, já que ele foi construído em torno de 1860. E a visita vale a pena não só do ponto de vista arquitetônico, mas porque o palácio é praticamente um museu, recheado de objetos e mobiliário do mundo inteiro. Um detalhe importante sobre a visita: para entrar no Beylerbeyi é preciso estar acompanhado de um guia, e os horários de visita são extremamente restritos, praticamente com hora marcada, entrando apenas um número limitado de pessoas por vez, e um grupo só pode entrar depois que o grupo anterior tiver saído. Portanto, quem quiser visitar o palácio sozinho, tome cuidado e se prepare para ficar algum tempo passeando pelo jardim, esperando a sua vez para entrar. Mas não se desespere, o jardim é um passeio à parte, e é muito bonito também.

O jardim é muito agradável, e tem uma vista linda também
Depois do Palácio, a excursão nos levou a um lugar conhecido como Colina dos Namorados, que nada mais é do que um bistrô com uma vista muito bonita de Istambul. Em outras palavras, foi uma enxeção de lingüiça com vista, pois ficamos muito mais tempo do que o razoável por lá. Eu e o Caike aproveitamos para tomar um chá, eu pedi um quente e ele um frio.

vista da Colina dos Namorados
Voltando do tour, saltamos do ônibus na praça Taksim, pois queríamos aproveitar para trocar nossos euros por liras turcas, o que é muito fácil de fazer nessa região, que é cheia de casas de câmbio.

rotatória da Praça Taksim
Depois demos uma passada no nosso hotel para um pit-stop, e acabamos por encontrar o casal paulista simpático que nos acompanhou durante boa parte da viagem, e novamente trocamos impressões sobre o tour do Bósforo, onde concordamos que valia a pena, mas que podia ser melhor, especialmente se tivéssemos outro guia mais simpático e menos estilo corretor de imóveis.

Como já estava tarde para fazer um passeio distante, resolvemos passear pela rua mais famosa do bairro Taksim, que é uma espécie de “calçadão”, onde se encontram todos os tipos de loja que você pode imaginar, numa espécie de Saara de Istambul, só que muito mais chique e limpo, com direito a muitos barzinhos e restaurantes no meio do caminho. Além de muitas lojas de marca! Claro que eu aproveitei para fazer compras, porque não sou de ferro.

as lojas antigas são belíssimas por dentro!
Mas o passeio é interessante de uma forma não-consumista também, pois nessa rua passa um bonde daqueles antigos, de trilho e todo aberto, que nesse dia (provavelmente por conta do Ramadã) estava com convidados especiais: uma banda pop tocando ao vivo! As lojas são todas muito bonitas, e algumas ficam em prédios bem antigos, que vale a pena entrar só para dar uma olhada. E claro, tem o tradicional sorvete turco! Essa é uma atração à parte! Mesmo que você não goste de sorvete, compre um, porque é uma aventura! O vendedor de sorvete é um malabarista, e a graça dos seus truques é justamente sacanear o comprador, que tenta em vão ficar com o seu sorvete nas mãos. Como era Ramadã, quando chegamos ao vendedor de sorvete, a loja estava absolutamente vazia, pois ainda era dia, e, portanto, os turistas estavam evitando comer em público, já que a maior parte dos turcos é muçulmana, e por isso estavam jejuando até o pôr do sol. Só que estávamos com fome, e faltava muito pouco tempo para a noite cair, e decidimos pedir o tal sorvete (que por sinal também é muito gostoso), e o vendedor fez um show tão bonito que logo depois a fila para comprar sorvete ficou lotada.

o simpático bonde de Istambul
Também passeamos por um shopping imenso em busca de uma loja de eletrônicos indicada pelo casal paulista, que não nos agradou muito, porém quando estávamos saindo do shopping nos deparamos com um show de dervixes na porta! O Ramadã realmente é uma época interessante! Acabamos por jantar numa espécie de fast food de massas, que além de não ser fast, não era muito gostoso. Mas ficava ao lado de uma loja de chocolates que foi uma perdição!

O "calçadão" de Taksim a noite, completamente iluminado!
Já cansados e carregados de compras, finalmente voltamos ao hotel para dormir, pois o dia seguinte prometia ser muito mais animado e cansativo.

Turquia - 8° dia - Passeando de balão


Como eu disse anteriormente, para andar de balão é preciso acordar cedo, mas muito cedo mesmo! A saída do hotel estava marcada para 4:45h da madrugada (gente, tem vezes que eu vou dormir mais tarde do que isso!), isto quer dizer que eu acordei 4h, para tomar banho e fechar as malas, porque depois teríamos pouco tempo para isso, e nesse dia cairíamos novamente na estrada.

Uma van veio nos buscar juntamente com outros turistas que iriam subir ao céu naquela manhã. Por causa da hora, confesso que levei um casaco, porque achei que pudesse pegar um vento um pouco mais frio, o que foi uma decisão acertada, lá no alto realmente é mais fresco. Mas antes de chegarmos ao balão, fomos para uma espécie de central de visitantes, onde estava sendo servido uma tentativa ruim de café da manhã. A comida era ruim, o café e o pão eram frios... enfim, um desastre. Pelo menos deu para enganar um pouco a fome, que ainda estava dormindo.

Enquanto tomávamos o pseudo café da manhã tínhamos como vista os balões sendo preparados
Depois fomos levados para o nosso balão. E tinham diversos balões no local, todos em fases diferentes de preparação para a decolagem, o que foi muito interessante de ver. Depois de observar bem o processo, o nosso balão ficou pronto, nos separamos pelas diversas divisórias da cesta e alçamos vôo! Confesso que eu estava preocupada com o Caike, que tem um medo quase patológico de altura, mas a subida de balão é tão suave, mas tão suave que ele ficou muito tranqüilo.

Nosso balão quase pronto!
Início da subida com os demais balões
E o passeio é mesmo bonito, a vista da Capadócia é sensacional, com aquela paisagem tão diferente, com as rochas esburacadas, e o céu lotado de balões coloridos! Acho que valeu a pena a viagem. Porém, não foi o melhor passeio de balão que já fiz, pois acho que o passeio no Egito, em Luxor, é muito mais bonito. Não que a Capadócia não seja tão bonita, mas é porque essa região da Turquia é tão acidentada que podemos ter uma boa visão panorâmica da região no alto de suas “montanhas”, e ela é muito parecida com a vista do balão. Já no Egito, que é praticamente plano, você só consegue ter uma boa visão panorâmica de balão, o que deixa o passeio muito mais bonito e surpreendente. Em compensação, os baloeiros turcos gostam de acrescentar um pouco de emoção à viagem, pois eles fazem os balões passarem bem pertinho das rochas, de forma que você tem a sensação de que se esticar o braço poderá até encostar nelas!

Uma vista diferente com participação especial do nosso baloeiro!
A vista fica assim, cheia de balões! Repare como eles voam baixo também!
Mas o passeio em si é muito tranqüilo, o Caike só ficou realmente nervoso quando subimos além das rochas e fomos bem alto, quando a vista fica realmente diferente, parecida com a de um avião em estágio de descida. E no Egito essa vista ainda é mais bonita, por conta do contraste do Nilo, suas margens cultivadas e o deserto – azul, verde e dourado, enquanto na Capadócia essa visão é predominantemente cinza.

Um dos pontos altos do passeio, literalmente
E começamos a descer!
Depois de quase matar o Caike do coração, finalmente começamos a descer, e eu aprendi como se pousa de balão. Depois de ter sofrido uma aterrissagem de emergência em Luxor (que eu descobri só depois que tinha sido um acidente), aprendi que o balão pousa de forma bem suave e gentil, e já em cima da caçamba do mini-caminhão que transporta a cesta. É tão suave que para pousar mesmo e prender a cesta na caçamba é preciso que diversos homens que estão em terra se dependurem no balão para fazê-lo descer.

E voltamos à terra firme!
Fomos recebidos em terra com espumante e uma espécie de certificado de que voamos de balão, o que foi muito simpático. Aproveitamos para também tirar fotos com o nosso baloeiro.

Espumante com direito à vista!
Nosso baloeiro entregando os certificados!
Depois a van que acompanhava a equipe de “resgate” do balão nos levou de volta para o hotel, onde finalmente tomamos um café da manhã digno (mais do que digno, já que o hotel da Capadócia era chique demais), terminamos de fechar as malas e trocamos de roupa (o passeio de balão te deixa coberto de poeira da cabeça aos pés, é uma loucura).

Às 9h fomos nos encontrar com o nosso ônibus de viagem, e nos juntar com os demais turistas da nossa excursão que ficaram em outros hotéis. Como estávamos a caminho de Ancara, que fica bem longe, fizemos 3 paradas técnicas no percurso. A primeira foi bem sem graça e aproveitei para dormir no ônibus, saindo apenas para ir ao banheiro, na segunda paramos para almoçar, e como nossos neurônios ainda estavam dormindo, exageramos feio na quantidade de comida que pedimos, pois além de dois pidês (tipo de pizza num formato inusitado) pedimos também um prato que lembrava uma mistura de pastel com crepe, um para cada um de nós! Quando metade da comida chegou tentamos cancelar o pedido dos demais pratos, mas o garçom se recusou a entender o que queríamos dizer e acabamos por desistir de discutir e nos entupimos de comida, e mesmo assim sobrou muita coisa. Mas a terceira parada é que foi bacana! Paramos num caravançarai modernizado muito bonitinho! Com direito a diversas cadeiras e almofadas para descansar, e as onipresentes lojinhas de souvenires.

Caike no caravançarai modernizado
E finalmente chegamos à Ancara, a capital da Turquia! Ancara é uma cidade muito grande, mas não tanto quanto Istambul, para comparar, pense que Ancara equivale a Brasília, enquanto Istambul é São Paulo. Inclusive as razões para mudar a capital para essa cidade foram exatamente as mesmas usadas pelo JK e a situação era muito parecida também, pois Ancara era uma cidadezinha do interior sem estrutura nenhuma. A desvantagem dos turcos é que eles não tinham o Niemeyer. A desvantagem brasileira é que não temos tantos sítios arqueológicos para montar um museu como o de Ancara. Como a Turquia e o Brasil são realmente parecidos!

A nossa estadia em Ancara seria curta, apenas uma tarde, mas não deixamos de visitar o Museu Arqueológico da cidade, que é recheado de relíquias do mundo antigo, incluindo uma linda sessão de peças e frisos Hititas (um dos povos que estavam sempre disputando territórios com os antigos egípcios, como você pode ler na série Ramsés), além de peças extremamente antigas que remontam ao tempo em que os deuses cultuados na região eram mulheres, e mostram as mudanças da religiosidade na região. Enfim, o Museu é uma maravilha para se passar horas visitando com calma, e olha que quando chegamos lá metade do museu estava fechado para reformas! Foi uma pena que quando a guia perguntou sobre o tempo que o pessoal queria ficar visitando o museu, a maioria das pessoas simplesmente não se interessava pelo assunto, e ficamos com muito pouco tempo livre para ver a belíssima exposição. Mas a visita não deixou de ser emocionante, pois aproveitamos que esse seria o último dia em que o grupo estaria todo junto e com a nossa maravilhosa guia Tina, e escolhemos o momento anterior à visita ao museu para fazermos uma homenagem a ela e entregarmos a caixinha que tínhamos juntado entre os participantes da excursão. E foi uma homenagem muito linda mesmo, a Tina e diversas outras pessoas acabaram com os olhos cheios de lágrimas.

Uma das mais antigas estátuas da Deusa!
Restos mortais supostamente do Rei Midas! Aquele lesmo da lenda, que transformava tudo o que tocava em ouro!
Baixo relevo hitita
Com a nossa maravilhosa guia Tina!
Saindo do Museu Arqueológico fomos visitar outro grande marco da cidade: o Mausoléu de Ataturk. O engraçado dessa visita é como é feita a segurança do Mausoléu: para evitar a entrada de possíveis vândalos os militares exigem que todos passem pelo detector de metais, só que para isso você sai do ônibus, e depois volta a subir no ônibus, que não é revistado. Gente, quando eu disse que a Turquia é o Brasil eu não estava exagerando! Foi preciso muito autocontrole para não rir durante a “revista”. Mas, enfim, o Mausoléu foi inaugurado em 1953, 15 anos depois da morte de Mustafa Kemal Ataturk, o grande fundador da Turquia Moderna. Sua arquitetura foi definida através de um concurso, onde a melhor proposta foi do professor Emin Onat, que se inspirou na história da Turquia. Como uma grande enciclopédia em pedra, o Mausoléu foi construído com pedras trazidas de diversas regiões do país, representando a devoção do povo ao fundador da república. Para representar as diversas fases da história do país, o conjunto arquitetônico possui elementos da arquitetura grega, otomana e seljúcida (muçulmanos que invadiram a Turquia antes dos otomanos), baixo relevo de estilo hitita e mosaicos (elemento comum na arquitetura romana) que retratam desenhos comuns na tapeçaria turca. Para completar, o Mausoléu tem proporções gigantescas! Maior do que uns 3 ou 4 campos de futebol.

Os relevos de estilo hitita ao fundo
Os mosaicos no teto
Para ter uma ideia da grandiosidade do lugar...
Saindo do Mausoléu, nossa guia nos levou até o aeroporto de Ancara, que é muito grande e bem organizado. Porém, os atendentes nem sempre falam um inglês perfeito, e muitos dos turistas não falavam inglês também. Resultado: algumas das mulheres que viajavam no nosso grupo tiveram as suas malas despachadas direto para o Brasil, ao invés de Istambul, onde, como nós, elas ficariam alguns dias antes de voltar. E isso porque elas não quiseram ajuda da guia, que estava ajudando aqueles que não falavam inglês nos guichês.

Despachadas as malas, enquanto aguardávamos o nosso vôo, bateu aquela fome, e fui descobrir um petisco turco que nunca imaginei que fosse encontrar: milho cozido! Sim, só que diferentemente das nossas carrocinhas, o milho lá é servido fora da espiga, num copinho que você pode escolher o tamanho, e também o tempero! Aí é que começam as estranhices, pois até tempero doce você pode colocar no seu milho! Eu escolhi algo bem tranqüilo: manteiga e sal. Ficou maravilhoso.

O vôo de volta à Istambul foi muito tranqüilo e rápido, apesar da mesa da minha poltrona estar quebrada, isto é, ela não ficava recolhida. Ainda bem que os comissários de bordo sabiam disso e ninguém veio encher o saco para dizer que eu tinha que recolher a tal mesa.

Infelizmente só quando chegamos em Istambul é que fomos descobrir o tal problema das malas das outras brasileiras, o que nos custou uma longa espera até o problema ser comunicado à empresa aérea, que garantiu que levaria as bagagens para suas donas assim que elas retornassem a Istambul no dia seguinte. Confesso que fiquei com pena, mas também foi muito chato ficar lá esperando isso ser resolvido.

Finalmente de volta a essa linda cidade, e ao nosso hotel (o mesmo que ficamos quando chegamos na Turquia), guardamos nossas malas no novo quarto e resolvemos jantar no restaurante do próprio hotel, pois estávamos exaustos! Para variar, pedi um kebab de cordeiro com pão pita, que infelizmente veio picante, mas deu para comer bem porque pedi um ayran para acompanhar, e o iogurte cortou bem a pimenta.

O jantar temperado com muita pimenta e sono!
Depois do jantar fomos descobrir o verdadeiro sentido da palavra capotar de sono. E precisávamos descansar mesmo, pois ainda tínhamos que desvendar os mistérios de Istambul!